Verborragias serão aqui expostas, lançadas pelo fio da espada verbal, a minha espada verbal. Contos, poemas, reflexões, vídeos e imagens ao Bel prazer daqueles que se interessam por arte. Apresentando-me, sou Lucas Gilnei, homem com sentimundo no peito. Canceriano por decisão astral e leitor, agora ando escrevendo, só pra revirar verdades ou olhar o fundo dos baús.
domingo, 3 de abril de 2011
Moska
Não é um zumbido, uma inconsistência, um incômodo, mas faz pensar. Pousa em nossos ouvidos e dá prazer, faz pensar e dá vontade de repetir e repetir. Moska foi um achado no meio de muitos cds numa manhã de sábado, sem muitas expectativas para o dia. As fotos feitas pelo próprio cantor em sua simplicidade nos dão verdade e arte sincera ao longo do folhear a procura pelas letras: amor, encontro, sonetos. As fotos brincam com a clareza do dia, em sua perfeição natural. Brinca com a espuma do mar que vem e foge, fica nos pés, com o sol e a sombra. Em esparsos momentos seu rosto aparece íntegro, de perto... fico próximo a ele. Encontrei Moska há tempos no meu caminhar, por esse 'gosto peculiar' que tenho, em procurar o não usual, em procurar uma canção brasileira poética, criativa e de amor, de sonho e do verbo que se faz arte em suas combinações melódicas. Ele fazia participação com a Cássia Eller, cantando "Meu amor partiu/ cansou dos meus vícios/ E mesmo que amanhã ele volte com outros feitiços/ Hj meu amor partiu". Nem a esperança, ou a consciênia de um futuro certo retira a dor do Hj: da solidão, o abandono. Cássia canta com a sua voz estridente e única (que dá tanta saudade) e Moska não fica pra trás... dá um arrepio de escutar. O auge, para esse ouvinte que foge do tchubirabirou mas que cai nele em dias de Carnaval, é o "Soneto do corpo" composto por Moska e Leoni: "Juro beijar teu corpo sem descanso/ Como quem sai sem rumo pra viagem/ Vou te cruzar sem mapa nem bagagem/ Quero inventar a estrada enquanto avanço". É o mais poético, apesar de todas as letras brincarem com as palavras, quando, por exemplo, inicia sua primeira música com um "Devagar, divagar ou de vagar". Fica a Dika do cd "Muito" de Paulinho Moska. E mais um pouquinho de Moska em "Soneto do teu corpo" Beijo teus pés, me perco entre teus dedos Luzes ao norte, pernas são estradas Onde meus lábios correm a madrugada Pra de manhã chegar aos teus segredos Como em teus bosques, bebo nos teus rios Entre teus montes, vales escondidos Faço fogueira, choro, canto e danço Línguas de lua varrem a tua nuca Línguas de sol percorrem tuas ruas Juro beijar teu corpo sem descanso.
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