sábado, 12 de dezembro de 2009

Cheiro de Morte



Hoje, ainda vivo!

Senti a morte rondar fria
E quis assim escrever um ultimato:
O findar de um tempo
Em palavras testamentais.

Quis deixar minha senha,
Meus segredos
E os meus poemas impressos.

Quis provar que o que pulsava em mim
Era essencialmente puro amor...
Mas era também solidão,
Tristeza e alegrias de ter vencido tanto.

Quis desvelar o que estava
Por trás do meu silêncio,
Dos meus óculos embaçados,
Das mãos rápidas no teclado,
Do olhar carinhoso e ao mesmo tempo
Crítico e tantas vezes impiedoso.

Por fim a sensação de morte passou,
E a respiração que, ora era ofegante,
Retornou ao seu fluxo normal
Para que eu mais um pouco vivesse.

Não imprimi meus poemas,
Nem escrevi minhas senhas
Nem gritei ao mundo que eu o amo.

Se queres saber descubra por si os segredos,
Faça as combinações das senhas,
Olhe em meus olhos para saber-me um pouco
E veja com o meu gerente o meu saldo.

Não morro para viver em extratos ou papéis...
Se morro quero ser só o pó da lembrança,
O aperto no peito de saudade
E só... nada mais que isso.

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